Tecnologia pode ser o braço direito de neurodivergentes
- Auticast
- 13 de fev.
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Segundo informações da Universidade de São Paulo, estima-se que entre 10% e 20% da população mundial se encaixe no grupo de neurodivergentes, que se refere às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Dislexia, Síndrome de Tourette e Dispraxia. Diante disso, possibilidades que possam facilitar o dia a dia e aumentar a qualidade de vida têm sido estudadas.
A tecnologia tem se mostrado uma alternativa para proporcionar experiências educacionais e terapêuticas personalizadas adaptadas às necessidades de quem recebeu o diagnóstico de TDAH ou de autismo, desde que utilizada de modo correto e sem excessos.
Uma das inovações que trazem essa premissa é a que está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores de diferentes instituições no Brasil e no exterior, entre elas a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
Conforme informações divulgadas pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), a ferramenta fará uso de Inteligência Artificial (IA), gamificação, realidade virtual e aumentada com o objetivo de atender às necessidades de crianças autistas.
A proposta é auxiliar no tratamento do autismo a partir da organização de jogos que envolvam autoria, interação, aprendizagem, afetividade e linguagem, habilidades frágeis às pessoas com o diagnóstico.
O artigo “Tecnologia assistiva para inclusão de alunos autistas nos anos iniciais”, publicado pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), cita aplicativos que já oferecem suporte para as pessoas dentro do espectro. Segundo o estudo, Scala, Livox, ABC Autismo, Software Aproximar e o aplicativo Oto são opções úteis para o dia a dia.
Os benefícios da tecnologia não se restringem às pessoas autistas. A Lei Brasileira de Inclusão (nº 13.146/2015) define “tecnologia assistiva” como toda ferramenta que ajuda pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a serem mais independentes e participarem ativamente da vida. Isso inclui produtos, equipamentos, dispositivos, estratégias e serviços que focam em promover a independência e a inclusão social.
De acordo com XXX do Espaço Cel, as limitações que as pessoas neurodivergentes enfrentam no dia a dia são diversas, mas algumas podem ser minimizadas com o apoio da tecnologia.
As soluções tecnológicas podem auxiliar a equipe multidisciplinar que acompanha pessoas neurodivergentes com a comunicação remota, passando informações para exercícios em casa e garantindo assistência ao paciente sem a necessidade de consultas presenciais.
Segundo a revista Educação Pública, realizada pela Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj), a tecnologia oferece a pessoas desse grupo o acesso rápido e fácil a informação, onde com apenas alguns cliques é possível ter acesso a conteúdos educativos e ferramentas de apoio para atividades no dia a dia.
Atenção aos excessos
As tecnologias podem oferecer suporte para o desenvolvimento das pessoas neurodivergentes. Entretanto, há estudos que destacam a importância do uso de forma correta, sem excessos.
Pesquisa publicada pelo Journal of the American Medical Association mostra que a cada nova atividade digital que um estudante interage, a chance de desenvolver os sintomas de TDAH aumentam em 10%. Isso significa que o excesso de telas pode ser um fator para o desenvolvimento da condição.
Além disso, os pesquisadores apontam que a exposição excessiva também pode agravar os sintomas, dificultando prestar atenção e piorando a hiperatividade, especialmente em crianças e adolescentes.
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